
A EVOLUÇÃO DA MEDICINA CHINESA...
A ORIGEM
A medicina chinesa remonta a mais de 3000 anos atrás, com as suas raízes fundamentadas em práticas místicas e filosofias taoístas. As doenças eram frequentemente vistas como manifestações de desequilíbrios no fluxo de energia vital, conhecido como "qi", e tratadas através de rituais, ervas e práticas como a acupuntura primitiva.


DESENVOLVIMENTO
Os registros mais antigos da acupuntura datam de cerca de 200 a.C., durante a Dinastia Han. Agulhas de pedra, metal e osso eram usadas para perfurar a pele em pontos específicos do corpo para restaurar o equilíbrio do qi e aliviar o desconforto.
OS CLÁSSICOS
Durante a Dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.), surgiram textos clássicos como o "Huangdi Neijing" (O Clássico do Imperador Amarelo), que codificaram os princípios fundamentais da medicina chinesa e forneceram orientações sobre diagnóstico e tratamento.


FILOSOFIA
A medicina chinesa sempre esteve profundamente enraizada em filosofias como o taoísmo e o confucionismo. Essas visões de mundo moldaram não apenas os métodos terapêuticos, mas também a forma como os praticantes percebiam a saúde e a doença.
SUPRESSÃO
Durante a Revolução Cultural na China (1966-1976), a medicina tradicional, incluindo a acupuntura, foi suprimida e muitos praticantes foram perseguidos. No entanto, após o fim desse período, houve um ressurgimento e uma revitalização das práticas tradicionais de cura.


RECONHECIMENTO GLOBAL
Nas últimas décadas, a acupuntura ganhou aceitação e popularidade em todo o mundo, sendo incorporada em muitos sistemas de saúde ocidentais. Isto levou a uma crescente demanda por profissionais qualificados e à realização de pesquisas científicas para investigar os seus efeitos e mecanismos de ação.
TÉCNOLOGIA E MODERNIZAÇÃO
Atualmente a evidência é clara e a OMS recomenda a acupuntura para mais de 80 patologias. São utilizadas técnicas modernas em complemento com a acupuntura tradicional como a eletroestimulação e o laser, que potenciam o efeito do ponto. Hoje, é possível efeitos imediatos e com grande potencial analgésico. Um exemplo disso são as cirurgias que se realizam hoje em dia com analgesia através da acupuntura, especialmente em pacientes que não podem/toleram os analgésicos convencionais por questões diversas mas especialmente derivado a problemas cardíacos.

Mecanismos de ação
A acupuntura cria a ativação de vias neuro-humorais, como a libertação de endorfinas e encefalinas, que são neurotransmissores relacionados com o alívio da dor e bem-estar. Além disso, estudos recentes demonstraram que a acupuntura pode modular a atividade do sistema nervoso autônomo, promover a libertação de neurotransmissores como a serotonina e noradrenalina, influenciar a regulação de citocinas e fatores de crescimento, implicados na resposta imunológica e na regeneração tecidual. Estes efeitos fisiológicos contribuem para o alívio da dor, redução da inflamação, melhora da circulação sanguínea e regulação do sistema endócrino, promovendo assim a homeostase e facilitando o processo de cura do corpo.
